terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eu & O Vinho: Parte III?

Será que só assim conseguirei abrir a mente? Já perdi a conta das partes destes textos.
Já perdi textos e tempo. Afinal, faz tempo... Faz tempo que não tenho mais tempo pra escrever.
Tomo um gole e engulo seco, o gosto do vinho tinto e barato. Sentada no chão, penso na taça quebrada que me remete à solidão. Solidão de eu mesma. Não de amor... mas do 'quem sou eu'. Me sinto como se fosse duas. Cada uma segura uma ponta da corda da vida. E puxam forte feito crianças brincando de Cabo-de-Guerra. Guerra interna. Eu penso. Eu sinto. Esquerda, direita, esquerda, direita. Vem, vai. Antônimos anônimos, sinônimos não tem.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tempo

Noite, frio, sopro, vento
e um sentimento guardado aqui dentro
Atento para não sair voando
Dançando e descendo a escada

Acendo um incenso e penso
que se talvez não houvesse mais nada
o jogaria pela sacada

Estrada escura, nua e cinza
A mão que segura o sentido da vida,
escreve e se atreve a percorrer
as próximas linhas vazias
De anseios, manias e rimas

Sim, eu rimo diferente
Olha pro lado e sigo em frente
Risco e rabisco palavras erradas,
contando vírgulas e frases pausadas

Noite fria, sofro ao vento
Há um sentimento vagando no tempo
E eu tento sair voando
Cantando e descendo a escada
Acendo um incenso
e não penso em mais nada
(...)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Eu, Tu & O Vinho - Parte I

Eu, tu, a cama, o vinho, o caderno, a caneta e o AMOR. Tudo isso faz o frio ir embora aos poucos e com ele se vai a necessidade do cobertor. Se já temos o calor do corpo e do álcool, o que mais irá nos aquecer? Eu vou relaxando ao escrever e fechar os olhos pra tudo o que insiste em me perturbar. "Coisas pra fazer". Acho tudo um saco, pois por hora me sinto contente e plena com o que estou à fazer agora: Te assistindo rabiscar nesse caderno e jogando nessas linhas, com a dose "certa" de revolta, todas aquelas besteiras desnecessárias com as quais a gente discorda, satisfatoria e contraditoriamente. E dai eu fico te admirando e te observando sorrir com esse olhar relapso e indiferente que ao invéz de me ofender me atrai. Percebo então que tudo em ti me encanta. Que os detalhes são bem mais importantes do que apontar e enumerar qualidades que te limitariam a ser isso ou aquilo. É mais. É amplo. São infinitas as coisas que me instigam em ti. E assumo, com todo o orgulho besta que hoje joguei tudo pro alto e resolvi passar o dia te (a)prendendo e adquirindo TUDO de ti.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Antônimo de Morte é Amor.

O que dizer do nosso amor, quando nosso amor fala por si só?
E se faz presente no presente, no passado e no futuro.
Habita o tempo inexistente, interminável e prematuro.
Tão mágico e lúdico é o nosso amor.
Tão tátil e frágil no escuro.
É corrente sanguinea, perdida e contente
Eu o seguro com todos os meus membros
e lembro, que nosso amor é autosustentável
É seguro e é vida, jamais luto.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

...mas o amor de verdade vive pra sempre

Tudo na vida é amor
Tudo no amor é vida
És minha vida e meu amor
Tens meu amor e minha vida
És sem ser, tens sem ter
Fazes parte e não fazes nada

Nada na vida existe sem o amor
Amor este, sem preço e sem dor
Nasce no céu, renasce no mar
Seja no frio ou no calor

Num compasso, no espaço e no tempo
Jogam-se ao vento singelas palavras
Olhos sonolentos e tão desatentos
Que nem percebem que a tinta se acaba...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Mais

E que vontade é essa que não satifaz?
Mais, mais, mais...
que saudade é essa que não te traz?

Me pego escrevendo e me perdendo
no meio dos trechos,
dos versos, dos textos

Me desprendendo e distorcendo
involuntariamente a mente
percebo-te...

Ausente de corpo, presente de vida
presente DA vida
me faz envol(vida)

E chora comigo feito meu abrigo
pois se não te aqueço
congelo contigo


Amar até...

Eu quero amar até chorar
Só amor, só amor
Sem dor e sem palavras

Eu quero escrever sem pausas
Sem ler e sem sofrer
Sem mágoas

Eu quero gritar até perder
a voz e a sanidade
Eu quero asas

Voar pra esse lugar
Sem mapas, sem placas
"PARE"

Parar pra que?
Eu quero o novo, de novo
até ser pra sempre

(...)

domingo, 5 de junho de 2011

Nós Sem Nós

Congela, congela, congela...

dedos, rosto, extremidades

Esquenta, derrete, derrete...

por dentro, amor e insanidade


Repete, repete, repete...

duas palavras nos últimos dias

Tempo, tempo, tempo lento...

não se aguenta de euforia


E corre, como corre,

por dentro da mente desmente a teoria


Desmancha tudo. Dissolve o mundo

Envolve o corpo, remove o luto


Absorve o gozo da outra pra si

Da sina se afasta... pra baixo, pra cima

Do cinza pra cores, das cores lembranças

Amores e dores, das dores distância


(...)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

tempopassadofuturopresente.

Divagar devagar. Só de vagar pelo e sobre o tempo, penso no quão confuso e instigante pode se tornar esse assunto. Sofia disse que a filosofia quer dizer "amor à sabedoria" e um dia resolveu questionar à respeito do tempo. Eu disse à Sofia que ela não sabia de nada então como poderia amar o saber ou saber amar? O tempo do passado já passou. O presente já passou e o futuro vai passar também. Então o que sobra do tempo e do amor? Do amor não sobra nada. Porque do amor não se tira nada. Então nada pode faltar. O amor só se altera. E no amor só se ama. Não se pensa e nem se sabe. Olha, eu acho que um dia, qualquer dia no passadofuturopresente, Sofia me mata por contradizer sua teoria.
(...)

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Verbo “Verbar”: Eu Verbo, Tu Verbas, El@ Verba

Lembrar. Lembrar não é exclusiva e necessariamente o antônimo de esquecer. É mais. Lembrar é quase como saber. Saber. Estar certa do que e de como aconteceu. Eu lembro de como tudo aconteceu. Mas não lembro exatamente do momento em que começou. Ou o momento em que aquilo tudo se transformou em TANTO. Ou em “isso tudo”. Ou em “mais do que isso”. TUDO junto. Só foi indo. Só deixei ir. Fui sentindo e me entregando ao que sentia como não fazia há tempos. Esqueci como fazer. Como deixar rolar. Só fui lembrar contigo. Ou relembrar. Re-saber (inventei esse verbo agora, who cares? Adoro criar verbos). Me refiz. Morri, nasci de novo. Tenho morrido e nascido de novo todos os instantes. E tu bem sabe disso! Tenho gostado dessa sensação. Tenho enlouquecido com essa sensação. Morrer de amor. Nascer para amar cada vez mais. Me sinto purificando o meu amor. Libertando-o à cada dia. Deixando ele voar sempre mais alto. Até cair. E quando cai não dói. Só morre. Renasce. Ascende. Acende um cigarro. Às vezes amar é quase como um cigarro. Tipo fumar um atrás do outro. Acaba, acende outro. Sempre te satisfaz, mas NUNCA te satisfaz. Ok. Eu nem sei tragar. Quero liberdade e ar. Trago AMOR.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dança da Esperança.

E daí fico distraída por aqui e por ali, reclamando da vida e do tempo que já nem tenho. Vida ainda tem. Tempo não existe. Triste não estou, enquanto vivo mais um capítulo. História que ninguém contou, música que sigo cantando. É a vida que amo. Vivendo vou amando. É refrão. Repete, repete e todo mundo canta. Dança, ouve e escreve. Sorri feito criança. Tem gente dançando desilusão na dança da solidão, e eu dançando esperança.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu e o Vinho: Parte II

Mais um parágrafo trazido pelo tédio, e não há remédio que cure e nenhum dia que dure menos de vinte e quatro horas. Me cansa. Mais um copo de vinho e essa sensação de já ter passado por aqui antes. Que tortura que é te ouvir dizer que me quer. E que tortura que é te imaginar em noites frias, sozinha com o teu cigarro. Pega o carro e vai te distrair. E pensar que há alguns dias atrás, eu tava ai, do teu lado. Admirando essa tua cara de despreocupada e tentando decifrar o teu silêncio toda a vez que tu te mexia ou pegava na minha mão. Eu abri a janela e me concentrei na escura paisagem, no balanço das árvores e no vento cretino tentando me congelar e combater o calor que o meu corpo produzia sempre que eu chegava perto de ti. Mas não há frio o suficiente, quando aqui dentro tá quente e tem toda essa química rolando entre nós, contrariando aquela velha lei da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Nunca gostei de exatas. Nunca acreditei em certezas. Eu gosto é de humanas. Eu gosto de fatos, sem muito cálculo. Gosto de português. Gosto de verbos: Ser, estar, querer, poder, viver, amar, gozar. Gosto de pronomes e preposições. Gosto de te ler e extrair tudo de ti. Tudo. Tudo o que é bom. Tudo o que evolui. Tudo o que me liberta. Tudo o que me renova.

Eu e o Vinho: Parte I

Totalmente fora de mim. É só fechar os olhos e sentir o frio. Saborear o vinho e curtir a tontura. A delícia de navegar devagar pelo oceano onde minha mente se expandiu. E não é só o vinho. É a vida. Eu vou me expôr. Beber até vomitar tudo o que eu sinto. Repetir que eu te quero e que te querer não dói. Cada dia sem teu corpo é mais um dia que escrevo. Penso, sinto, leio. Leio todos os teus sinais. Te quero mais. Dentro de mim, queima tudo e derrete o gelo do inverno, como o inferno que é te desejar de longe. Tão longe do tempo e do vento que não te tráz. A chuva não me molha. A saudade me arrepia. E toda a ansiedade se tranforma em alegria, quando eu lembro da gente suando. Eu me deixo enlouquecer. Eu me entrego à insanidade. Eu tô surtando porque nunca quis alguém assim. Vê se sai do meu pensamento e vem correndo pra minha cama, sem roupa e sem culpa por ter deixado algo pra trás. Deixa tudo pra lá! Me tira da realidade e da prisão que essa vida pode ser. Só por hoje. Só pra eu lembrar como é lindo quando nossos corpos alcançam o universo e do avesso, viram verso.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Semana Passada Não Passou Ainda

Tu me pediu um beijo.
Eu dei.
Um, dois, três, quatro.
Eu quis.
Um, dois, três...
Eu fiz
Que nunca havia reparado em ti

Menti.
Queria um, dois, três, quatro
Ou mais.
No outro dia eu já fui atrás
E no teu quarto me prendi.

Perdi.
As roupas se espalharam pelo chão.
Dentro de ti, de mim, um turbilhão.
Gozei
Cada momento em que te encostei.

E rimas tortas resolvi fazer.
Um, dois, três, quatro.
Vou te escrever
Com o calor de quem já quer sentir.
Xingar o tempo por ele existir.
Contando num poema início e fim.
De um infinito que se fez em mim.

domingo, 1 de maio de 2011

Aqui

Bem que eu poderia, né? Largar as malas aqui mesmo e correr até tua casa. Invadir tua janela. Pular na cama... Arrancar tua roupa, te acordar, te respirar. Admirar todos os teus pedacinhos. Todos os sinais. Sim. Eu poderia mesmo fazer tudo isso! Você sabe que eu faria. Eu sou louca. Mas não. Fico aqui escrevendo. Esperando a hora de ir embora. Sem romances, sem dor. Eu me alimento apenas do teu corpo e da tua mente. E eu devoro tudo mesmo. Quero sugar tuas energias. Te cansar. Te cansar e te acariciar até você voltar com mais vontade e fazer tudo outra vez. Cada vez mais louco. Mais fundo. Mais intenso. Assim, por acaso. Sem ter programado nada. Amando cada minuto, cada dia, cada sorriso, cada olhar. Cada palavrinha dentro dos teus lábios e todas as minhas inúteis e invasivas tentativas de arrancá-las com meus beijos. Mas pra que falar, quando tem tudo isso acontecendo? Enlouquecendo. De repente, eu fico assistindo parte do meu corpo se multiplicar e se espalhar por aí, feito vírus, tentando entrar em ti. E eu quero dizer todas mesmo. Eu tô inteira. Totalmente aqui. Totalmente ai. Eu só preciso estar perto. Tua pele me convida. "Eu me pertenço, eu me permito". Que coisa mais inacreditável essa que você me faz sentir. Doença saudável. Às vezes me tira o ar. Me tira o sono. Me tira tudo! Sobretudo, me dá muito mais. Meu corpo queima todo. Queima de verdade. Fecho os olhos. Te procuro. Quase sinto, por dentro da minha roupa, tuas mãos como se fossem quatro.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pena

Eu tô leve. Tô leve feito pena. Que pena. Pena de você que é pesada e não se entrega. Que se fecha e se protege. Com medo de um passado e de um futuro que nem existe. Eu sou presente. Eu vou voar. Eu tô caindo. Eu sinto. Mas tô tão leve que tocar o chão nem dói.

Textando

E então? Quem poderia imaginar? Eu, tu, nós. Ali e aqui. Eu pude te ver de fora. E de dentro. Pra dentro. Por dentro. Da pele, dos poros, da mente, do corpo. Eu tô vivendo. Eu tô te vendo. E te vivendo. Multipliquei. Sou duas. Sou mais. Sou par e singular. Sou ímpar. E tu é nova. É outra. É ar. Feito fumaça, eu me espalhei por ai. Sujei algumas pessoas. Ceguei outras. E agora meus olhos estão ardendo. Eu te quero tanto que queima. Te quero por querer. Quero te ver voar. E quase encostar. Quero o quase. Pois me dá vontade de mais. Quero mais. Quase tudo. Quase tu. Quase eu. Quase nós. Perto. Preto e cinza. Imperfeito. Incompleto. Sem muito nem pouco. Só isso. Só. Quando eu vou chegando perto da tua boca, eu tenho uma vontade louca de fugir. Só pra te querer cada vez mais. De longe. De cima. De baixo. Por toda a parte. De todas as maneiras que eu puder. Não é só amor. Não é só tesão. Não é paixão. Não é só. Só é.

domingo, 17 de abril de 2011

Dentro da Tela que Virou a Janela

Apagaram. Apagaram as luzes. Apagaram tudo. Eu comecei com um traço simples. Rascunho. Esboço rabiscado de algo que não fazia idéia do que viria a se tornar. Riscos. Primeiro sutis, em seguida, agressivamento descontrolados. Joga fora. Rasga. Arranca a folha. Não apaga. Pega um cigarro. Pra quê? Nem fumo. Sei lá, só faz isso. Faz sem saber. É assim que nós temos agido, afinal. Com quem você tanto fala? Sozinha. Olhando pros dois lados. Não são dois, são quatro! Quatro lados dentro do quarto. O primeiro lado tem porta. O segundo tem janela. O terceiro tem cores. E o quarto, ambiguidade. Aqui dentro tem alguém que superestima a dor. Subestima o amor, põe no chão, varre pra fora. Do quarto, do prédio, da rua, da vida. Esses dias fui dormir, e quando acordei tinham apagado. A tinta do quarto, o desenho e o cigarro.

terça-feira, 12 de abril de 2011

República

Risos, risos, risos. Cada um com o seu problema. Cada um com a sua desgraça e um copo de cerveja. Ou cachaça. Não é como se estivessem fingindo. Pois às vezes nem sequer sabem o quanto estão fodidos. Fodida estou eu. De tanto amor. Amor, por onde você anda? Eu tenho que ficar aqui enchendo o meu ouvido de besteiras. Conversas que eu não presto atenção. Que mais parecem sons e reclamação de gente bêbada. Ou fofoquinhas sobre a fulana ali da esquina. Juro que não é julgamento. É reflexão. Será que não há nada mais produtivo do que discutir a vida alheia? Me deixem em paz! Saiam da minha cabeça. Amor, amor... Onde está você? Vem me trazer sua paz e o seu silêncio, que de ladainha eu já estou cansada. Vou ficando tonta, de papo e de cerveja. Devagar. Tudo se mexe devagar. Mas minha cabeça ainda está ai com você. Que já não me atende o telefone e me deixa preocupada. Sabe que às vezes eu me escondo bem ai. Em toda a sua timidez. Passeio pelo teu corpo, sentindo cada arrepio. Depois que a minha mente abre, não se fecha nunca mais. Escrevo coisas sem sentido pra tentar te fazer sentir. Eu lembro da sexta. Lembro de ti. Ali e aqui. Por toda a parte. E os teus olhos que não fugiram de mim, como eu pensei que aconteceria. Pelo contrário, você me seguia. Pra onde quer que eu fosse. E eu fugia, pra não te beijar ali mesmo. Me escondia, mas não tinha jeito. Eu sei que você sabia que eu te queria ali. E aqui. E onde for. Porque eu já não vejo mais graça em toda essa gente na minha volta, querendo chamar à atenção. Você está ali, tão na sua e tão quietinha, que apaga o brilho de todo mundo. Que faz tudo perder e fazer sentido ao mesmo tempo. É tão simples. Tonta.. tonta e esperando. Queijo, azeitonas, pepino, ovo de codorna e você. Chegou. A comida. Você não vem e não liga. Me pergunto o que deve ter acontecido, enquanto como sozinha e fico bêbada igual à toda essa gente chata. Mas não falo. Não troco uma palavra.

terça-feira, 29 de março de 2011

...ela

Ela chegou e me deixou nervosa. Na verdade, me deixou assim antes mesmo de chegar. Subiu comigo os quatro andares. Sorriu. No quarto, a gente mal conseguia se olhar. E eu tentanva desviar a atenção dela, falando sobre qualquer coisa banal. Disfarçando-a com meu pretexto de filmes e café. Não, eu não tinha más intenções. Só queria que ela estivesse perto. Mesmo que eu nem conseguisse encostar. E foi difícil. Ela estava tão linda, que me intimidava só em existir. Tão frágil e sensível. Calma e leve. Eu não quis perturbar. Ela tinha dezessete, e eu vinte e três. Vinte e três pro resto do mundo. Na frente dela era como se tivesse quinze, pois não sabia ao certo como me comportar. Paralizei totalmente enquanto ela tremia a perna. Depois de muito tempo, tomei coragem pra tocar o cabelo dela. Era fininho, liso e macio. Não importava pra que lado eu jogasse, nunca ficava desarrumado. Estavamos quase deitadas e abraçadas, quando ela tremeu mais. E quando eu encostei meu rosto no dela, puxando-a pra perto de mim, ela respirou diferente. Eu senti que ela estava como eu. A gente sincronizou. Estávamos perto o suficiente dessa vez. Então, com muito medo e insegurança, me atrevi a roubar um beijo. Era como se eu nunca tivesse beijado alguém na vida. Discretamente eu também tremia e o meu coração começou a acelerar cada vez mais. Batia forte contra meu peito como se quisesse sair pela boca e tomar conta de todo o tempo e espaço. Tudo ficou intenso. Tudo vibrava. Eu tentei controlar. Fiquei muda. Finalmente a gente conseguiu se encarar e bobas, ríamos feito crianças. Pouco tempo depois, ela foi embora. Mas sabe, não dói. Porque ela é daquele tipo que te faz sorrir sozinha pela rua.

terça-feira, 15 de março de 2011

Objetos

Janelas, grades. Grandes grades. Café, sol, chuva, umidade. Ingenuidade. Do alto de um prédio não tão alto assim, se ouve o som baixinho do sim. E do não. E do nem sei. Nem sei o que estou fazendo aqui. Se todo mundo sabe que tenho medo de altura e medo de perder. Toma mais um gole e engole calada. O sim, o não e o talvez. O que que tem? Frio não tem. Calor também. Já não encontra mais inspiração no amor. Isso é bom. É vida. É evolução. Não tem compania mas tem cigarro de palha no chão. Cata o cigarro, e o café esfria. Dói. O que que tem? Tempo. Tarde sem sol não é tarde. É cedo. Tá na hora. Vai embora...

segunda-feira, 14 de março de 2011

Um Quarto (1/4)

Eu aqui. Tu ali. Eu vou correndo, pra não perder o metrô. Vou te seguindo. Te olhando. É meu turno agora. Depressa. Corri pra não perder a vista. Perdi de vista. Perdi a vez. E o tempo me prendeu atrás dessa parede. Presa no quarto. Caminhando ao teu lado, deslumbrada com a cidade gigante que me engole. O céu chora. A gente anda, anda e nunca chega. Nossa, como é longe. Como é longe te amar...

sábado, 5 de março de 2011

Por que?

Eu te amo porque tu é um monte de coisas.
E no meio desse monte de coisas que tu é,
tem muito das coisas que eu mais amo.
Classificar esse amor, daí já é outra história.
Porque eu sei que não é isso nem aquilo.
Não vou e nem quero limitar.
Não cabe à mim. Não cabe em mim.
Imenso e leve.
Tudo leve.
Leva tudo.

(...)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Até Logo

Aquele dia. Ele vem à minha cabeça todos os dias. Todos os dias de agora. Daqui pra frente. E não dói. Mas dá saudade. Fico apreensiva e relembro detalhes que não imaginava ter reparado. Tua mão pequena encostou na minha. Eu vi um sorriso. E a chuva caindo lá fora. Me prendeu naquele bar. Ficaria pra sempre. Hoje. Não ontem. Ontem eu fui embora. Ontem eu precisei ir. Ô vidinha ingrata e irônica sempre a me pregar peças. Mais uma delas e eu caio de vez. Ai, como eu caí. Dia de sorte. Que eu nunca percebi. Dia mais lindo de todos os dias e de todas as chuvas. Linda, caindo como eu. Sobre mim. E sobre ti. Um abraço. Um só, bem longo. Bem silencioso. E pra acordar o amor, levou tempo. E levou dor. E lavou a rua com chuva e lágrimas que eu não vi. Pensei que aquela seria a última vez. A última vista. Última visita àquela pessoa, àquele lugar. Um fim. Que nada! Foi o primeiro começo de muitos outros cheios de finais trágico-felizes. Por que é assim que a gente faz. A gente vai e volta. Pra lá e pra cá. Tipo duas grandezas inversamente proporcionais. Extremamente iguais reclamando de diferenças. E tem. Como tem. Divergências e intolerâncias. Tem vontade e tédio também. Tem equívocos, egoísmo e pseudo-libertarismo. Amor lindo. E livre. Quase intocável. Semi-intácto. Mas tocaram. Os outros. Os que viram, ouviram e invejaram. Envenenaram. Funcionou? Não sei. Mas doeu aqui. Doeu pensar na hipótese de ter que jogar fora um sentimento que demorei pra aceitar. Pra receber. Porque agora eu sou puro amor. E frustração. E caos. Mas vem tudo junto, no pacote. Não dá pra fugir. Aceita e lida. Ou deixa de lado. Eu aceito porque eu quero o amor. Eu amo o amor. Eu te respeito. Eu te espero. Mas também vou embora quando você pedir.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

You Went Away

You went away
Cos you said that you can't stand me
So I went away
I was sure that you can't stand me
Well I don't think we have to be like this forever
Is there more to life than love and being together?
You went away
Cos you said you couldn't love me
And I went away
Cos all I do is love you
Well I don't think we have to be like this forever
There's more to life than love and being together
When my loud guitar comes in
When my thumpin' drums come through
When my loud guitar comes in
When my thumpin' drums come through
My loud guitar comes in
My thumpin' drums come through
Well I don't think we have to be like this forever
There's more to life than love and being together
There's more to life than love and being together
Is there more to life than love and being together?
I went away


(T & S)