segunda-feira, 30 de maio de 2011

tempopassadofuturopresente.

Divagar devagar. Só de vagar pelo e sobre o tempo, penso no quão confuso e instigante pode se tornar esse assunto. Sofia disse que a filosofia quer dizer "amor à sabedoria" e um dia resolveu questionar à respeito do tempo. Eu disse à Sofia que ela não sabia de nada então como poderia amar o saber ou saber amar? O tempo do passado já passou. O presente já passou e o futuro vai passar também. Então o que sobra do tempo e do amor? Do amor não sobra nada. Porque do amor não se tira nada. Então nada pode faltar. O amor só se altera. E no amor só se ama. Não se pensa e nem se sabe. Olha, eu acho que um dia, qualquer dia no passadofuturopresente, Sofia me mata por contradizer sua teoria.
(...)

terça-feira, 24 de maio de 2011

O Verbo “Verbar”: Eu Verbo, Tu Verbas, El@ Verba

Lembrar. Lembrar não é exclusiva e necessariamente o antônimo de esquecer. É mais. Lembrar é quase como saber. Saber. Estar certa do que e de como aconteceu. Eu lembro de como tudo aconteceu. Mas não lembro exatamente do momento em que começou. Ou o momento em que aquilo tudo se transformou em TANTO. Ou em “isso tudo”. Ou em “mais do que isso”. TUDO junto. Só foi indo. Só deixei ir. Fui sentindo e me entregando ao que sentia como não fazia há tempos. Esqueci como fazer. Como deixar rolar. Só fui lembrar contigo. Ou relembrar. Re-saber (inventei esse verbo agora, who cares? Adoro criar verbos). Me refiz. Morri, nasci de novo. Tenho morrido e nascido de novo todos os instantes. E tu bem sabe disso! Tenho gostado dessa sensação. Tenho enlouquecido com essa sensação. Morrer de amor. Nascer para amar cada vez mais. Me sinto purificando o meu amor. Libertando-o à cada dia. Deixando ele voar sempre mais alto. Até cair. E quando cai não dói. Só morre. Renasce. Ascende. Acende um cigarro. Às vezes amar é quase como um cigarro. Tipo fumar um atrás do outro. Acaba, acende outro. Sempre te satisfaz, mas NUNCA te satisfaz. Ok. Eu nem sei tragar. Quero liberdade e ar. Trago AMOR.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dança da Esperança.

E daí fico distraída por aqui e por ali, reclamando da vida e do tempo que já nem tenho. Vida ainda tem. Tempo não existe. Triste não estou, enquanto vivo mais um capítulo. História que ninguém contou, música que sigo cantando. É a vida que amo. Vivendo vou amando. É refrão. Repete, repete e todo mundo canta. Dança, ouve e escreve. Sorri feito criança. Tem gente dançando desilusão na dança da solidão, e eu dançando esperança.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu e o Vinho: Parte II

Mais um parágrafo trazido pelo tédio, e não há remédio que cure e nenhum dia que dure menos de vinte e quatro horas. Me cansa. Mais um copo de vinho e essa sensação de já ter passado por aqui antes. Que tortura que é te ouvir dizer que me quer. E que tortura que é te imaginar em noites frias, sozinha com o teu cigarro. Pega o carro e vai te distrair. E pensar que há alguns dias atrás, eu tava ai, do teu lado. Admirando essa tua cara de despreocupada e tentando decifrar o teu silêncio toda a vez que tu te mexia ou pegava na minha mão. Eu abri a janela e me concentrei na escura paisagem, no balanço das árvores e no vento cretino tentando me congelar e combater o calor que o meu corpo produzia sempre que eu chegava perto de ti. Mas não há frio o suficiente, quando aqui dentro tá quente e tem toda essa química rolando entre nós, contrariando aquela velha lei da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Nunca gostei de exatas. Nunca acreditei em certezas. Eu gosto é de humanas. Eu gosto de fatos, sem muito cálculo. Gosto de português. Gosto de verbos: Ser, estar, querer, poder, viver, amar, gozar. Gosto de pronomes e preposições. Gosto de te ler e extrair tudo de ti. Tudo. Tudo o que é bom. Tudo o que evolui. Tudo o que me liberta. Tudo o que me renova.

Eu e o Vinho: Parte I

Totalmente fora de mim. É só fechar os olhos e sentir o frio. Saborear o vinho e curtir a tontura. A delícia de navegar devagar pelo oceano onde minha mente se expandiu. E não é só o vinho. É a vida. Eu vou me expôr. Beber até vomitar tudo o que eu sinto. Repetir que eu te quero e que te querer não dói. Cada dia sem teu corpo é mais um dia que escrevo. Penso, sinto, leio. Leio todos os teus sinais. Te quero mais. Dentro de mim, queima tudo e derrete o gelo do inverno, como o inferno que é te desejar de longe. Tão longe do tempo e do vento que não te tráz. A chuva não me molha. A saudade me arrepia. E toda a ansiedade se tranforma em alegria, quando eu lembro da gente suando. Eu me deixo enlouquecer. Eu me entrego à insanidade. Eu tô surtando porque nunca quis alguém assim. Vê se sai do meu pensamento e vem correndo pra minha cama, sem roupa e sem culpa por ter deixado algo pra trás. Deixa tudo pra lá! Me tira da realidade e da prisão que essa vida pode ser. Só por hoje. Só pra eu lembrar como é lindo quando nossos corpos alcançam o universo e do avesso, viram verso.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Semana Passada Não Passou Ainda

Tu me pediu um beijo.
Eu dei.
Um, dois, três, quatro.
Eu quis.
Um, dois, três...
Eu fiz
Que nunca havia reparado em ti

Menti.
Queria um, dois, três, quatro
Ou mais.
No outro dia eu já fui atrás
E no teu quarto me prendi.

Perdi.
As roupas se espalharam pelo chão.
Dentro de ti, de mim, um turbilhão.
Gozei
Cada momento em que te encostei.

E rimas tortas resolvi fazer.
Um, dois, três, quatro.
Vou te escrever
Com o calor de quem já quer sentir.
Xingar o tempo por ele existir.
Contando num poema início e fim.
De um infinito que se fez em mim.

domingo, 1 de maio de 2011

Aqui

Bem que eu poderia, né? Largar as malas aqui mesmo e correr até tua casa. Invadir tua janela. Pular na cama... Arrancar tua roupa, te acordar, te respirar. Admirar todos os teus pedacinhos. Todos os sinais. Sim. Eu poderia mesmo fazer tudo isso! Você sabe que eu faria. Eu sou louca. Mas não. Fico aqui escrevendo. Esperando a hora de ir embora. Sem romances, sem dor. Eu me alimento apenas do teu corpo e da tua mente. E eu devoro tudo mesmo. Quero sugar tuas energias. Te cansar. Te cansar e te acariciar até você voltar com mais vontade e fazer tudo outra vez. Cada vez mais louco. Mais fundo. Mais intenso. Assim, por acaso. Sem ter programado nada. Amando cada minuto, cada dia, cada sorriso, cada olhar. Cada palavrinha dentro dos teus lábios e todas as minhas inúteis e invasivas tentativas de arrancá-las com meus beijos. Mas pra que falar, quando tem tudo isso acontecendo? Enlouquecendo. De repente, eu fico assistindo parte do meu corpo se multiplicar e se espalhar por aí, feito vírus, tentando entrar em ti. E eu quero dizer todas mesmo. Eu tô inteira. Totalmente aqui. Totalmente ai. Eu só preciso estar perto. Tua pele me convida. "Eu me pertenço, eu me permito". Que coisa mais inacreditável essa que você me faz sentir. Doença saudável. Às vezes me tira o ar. Me tira o sono. Me tira tudo! Sobretudo, me dá muito mais. Meu corpo queima todo. Queima de verdade. Fecho os olhos. Te procuro. Quase sinto, por dentro da minha roupa, tuas mãos como se fossem quatro.