domingo, 17 de abril de 2011

Dentro da Tela que Virou a Janela

Apagaram. Apagaram as luzes. Apagaram tudo. Eu comecei com um traço simples. Rascunho. Esboço rabiscado de algo que não fazia idéia do que viria a se tornar. Riscos. Primeiro sutis, em seguida, agressivamento descontrolados. Joga fora. Rasga. Arranca a folha. Não apaga. Pega um cigarro. Pra quê? Nem fumo. Sei lá, só faz isso. Faz sem saber. É assim que nós temos agido, afinal. Com quem você tanto fala? Sozinha. Olhando pros dois lados. Não são dois, são quatro! Quatro lados dentro do quarto. O primeiro lado tem porta. O segundo tem janela. O terceiro tem cores. E o quarto, ambiguidade. Aqui dentro tem alguém que superestima a dor. Subestima o amor, põe no chão, varre pra fora. Do quarto, do prédio, da rua, da vida. Esses dias fui dormir, e quando acordei tinham apagado. A tinta do quarto, o desenho e o cigarro.

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