quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eu e o Vinho: Parte II

Mais um parágrafo trazido pelo tédio, e não há remédio que cure e nenhum dia que dure menos de vinte e quatro horas. Me cansa. Mais um copo de vinho e essa sensação de já ter passado por aqui antes. Que tortura que é te ouvir dizer que me quer. E que tortura que é te imaginar em noites frias, sozinha com o teu cigarro. Pega o carro e vai te distrair. E pensar que há alguns dias atrás, eu tava ai, do teu lado. Admirando essa tua cara de despreocupada e tentando decifrar o teu silêncio toda a vez que tu te mexia ou pegava na minha mão. Eu abri a janela e me concentrei na escura paisagem, no balanço das árvores e no vento cretino tentando me congelar e combater o calor que o meu corpo produzia sempre que eu chegava perto de ti. Mas não há frio o suficiente, quando aqui dentro tá quente e tem toda essa química rolando entre nós, contrariando aquela velha lei da física que diz que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Nunca gostei de exatas. Nunca acreditei em certezas. Eu gosto é de humanas. Eu gosto de fatos, sem muito cálculo. Gosto de português. Gosto de verbos: Ser, estar, querer, poder, viver, amar, gozar. Gosto de pronomes e preposições. Gosto de te ler e extrair tudo de ti. Tudo. Tudo o que é bom. Tudo o que evolui. Tudo o que me liberta. Tudo o que me renova.

2 comentários:

  1. e eu venho com toda essa minha simplicidade só pra relatar que não sei nem o que falar...
    lindos os textos.. lindo te ver extravasar com palavras..
    linda.. linda és tu!!!

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  2. ain q lindas =]]]
    mas lindo os textos mesmo!

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