terça-feira, 12 de abril de 2011

República

Risos, risos, risos. Cada um com o seu problema. Cada um com a sua desgraça e um copo de cerveja. Ou cachaça. Não é como se estivessem fingindo. Pois às vezes nem sequer sabem o quanto estão fodidos. Fodida estou eu. De tanto amor. Amor, por onde você anda? Eu tenho que ficar aqui enchendo o meu ouvido de besteiras. Conversas que eu não presto atenção. Que mais parecem sons e reclamação de gente bêbada. Ou fofoquinhas sobre a fulana ali da esquina. Juro que não é julgamento. É reflexão. Será que não há nada mais produtivo do que discutir a vida alheia? Me deixem em paz! Saiam da minha cabeça. Amor, amor... Onde está você? Vem me trazer sua paz e o seu silêncio, que de ladainha eu já estou cansada. Vou ficando tonta, de papo e de cerveja. Devagar. Tudo se mexe devagar. Mas minha cabeça ainda está ai com você. Que já não me atende o telefone e me deixa preocupada. Sabe que às vezes eu me escondo bem ai. Em toda a sua timidez. Passeio pelo teu corpo, sentindo cada arrepio. Depois que a minha mente abre, não se fecha nunca mais. Escrevo coisas sem sentido pra tentar te fazer sentir. Eu lembro da sexta. Lembro de ti. Ali e aqui. Por toda a parte. E os teus olhos que não fugiram de mim, como eu pensei que aconteceria. Pelo contrário, você me seguia. Pra onde quer que eu fosse. E eu fugia, pra não te beijar ali mesmo. Me escondia, mas não tinha jeito. Eu sei que você sabia que eu te queria ali. E aqui. E onde for. Porque eu já não vejo mais graça em toda essa gente na minha volta, querendo chamar à atenção. Você está ali, tão na sua e tão quietinha, que apaga o brilho de todo mundo. Que faz tudo perder e fazer sentido ao mesmo tempo. É tão simples. Tonta.. tonta e esperando. Queijo, azeitonas, pepino, ovo de codorna e você. Chegou. A comida. Você não vem e não liga. Me pergunto o que deve ter acontecido, enquanto como sozinha e fico bêbada igual à toda essa gente chata. Mas não falo. Não troco uma palavra.

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