segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Segunda-feira, Quarto Andar:

Subia as escadas depressa, ofegante. Não queria que as palavras lhes fugissem da mente. Abre a porta, tira o casaco, liga a máquina e escreve. Sabe-se lá o que...
Trechos tortos de textos sem sentido e desabafos entendidos por conspiração. Por trás do sigilo e das informações confidenciais, existe apenas um objetivo: Libertar-se.
Do que? Da prisão da vida, da rotina e da responsabilidade de correr contra o tempo. Agir, fingir, sorrir e ser.
Ser o que? Ela mesma. E às vezes o que lhes pedem, sugerem, preferem ou exigem. Como máquinas eles o fazem ingênua e mecanicamente achando que é espontâneo. Acreditando que isso é de fato fazer, mover, viver. Não é. Eles se enganam todos os dias e as vinte e quatro horas dos mesmos. Para alguns, apenas oito. Oito horas diárias em troca de papel sujo, status e "respeito".
Mas eles quem? Os mesmos nomes tortos, grifados, sublinhados, expostos e sem faces. Farta, ela decide que nas horas seguintes, mais verbos, mais versos e mais vírgulas serão despejados descontroladamente. Porque esta mente descontrolada ninguém cala. Não abafa e nem mente, só fala. Enquanto isso seu coração eletro-acústico-vivo-rústico, chora. E é assim que ela observa e absorve toda a vaidade, cinismo, disputas de ego e bajulação.
Ela quem? Eu mesma.

Um comentário:

  1. Que lindo o que escreves? Tens insônia tb? :P
    Parece que escreves em meio ao silêncio da noite!
    :)

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