segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Depois

Com os olhos ardendo e despreparados para encarar a luz, eu me sento em frente a tela e olho o relógio no cantinho. Quatorze e quatorze. Coincidência. Falsa dependência. Finjo pra mim mesma que te preciso, quando na verdade só te quero demasiado. Não sinto falta, sinto saudades e vontades.
Ouvia as vozes suaves de Angus & Julia Stone, seguidas por Goldfrapp. O playlist chamava teu nome: "July-ly-ly...". Chamava também o corpo, pra uma outra noite. E eu admito: Te prendo, sim. Sempre que posso. Sem querer te prender à mim, mas te prendendo comigo por mais um minuto, ou quem sabe um dia. Olha que os dias estão passando rápido. E o rápido agora corre mais do que costumava correr. E foge. Foge do meu alcance o tempo, as circustâncias e tu. Escorregas por entre meus dedos que escorregam pelo teu corpo e quando te solto, te prendes à mim. Assim, desse jeito simples. Eu troco qualquer argumento por um olhar, e um tocar. Sinto que se ficas, é porque não tens de ir. Ao mesmo tempo que sei e entendo porque vais. E contigo se vai mais uma noite, uma manhã e um dia. Fico aqui cantando e catando pelos cantos pedaços de ti. Sorrio por saber que teu cheiro permanece. E deixo a porta aberta pra que possas ir e vir. Porque meu modo de prender é assim, simples e livre.

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