domingo, 10 de outubro de 2010

Diga, Diga, Diga...

Ainda tem uma coisa entre a gente. Esse silêncio. Nós ainda falamos e contamos coisas uma pra outra, mas ainda existe esse silêncio. O som vagando no vácuo, das coisas que você afasta de mim. Está tudo aqui, na minha cabeça. Todas as minhas suposições. Andando do meu lado e se perdendo em meio às músicas. Um silêncio barulhento, que não me deixa dormir. Todas as negações e sujeiras varridas pra baixo do tapete. Sabe que eu também escondo algumas coisas? Olho atravéz da janela do ônibus. Tem vazio na estrada. Cheia de nada. E escuridão. Mato. Estrelas já não vejo mais. Fecho a janela. Fecho a janela e os olhos, que é pra não ter essa lembrança desagradável do vazio, e do silêncio perturbando a minha mente. Descanço. Abro os olhos. Do outro lado tem um banco... (19:19hs). Coloquei minha mochila em cima, pra não dizer que estava vazio. Mas está. Coloco a mão no meu peito, pra ver se ainda tem um coração aqui dentro. E tem. Cheio. Bate até sufocar. Quem pode fazer parar? De repente até essa batida me incomoda. Aumento o volume da música. Todos esses dias sem te ver, cheios de nada. E de músicas que trazem você. Porque ainda tem coisas que nós não conseguimos dizer. Sabe, às vezes, eu bem entendo a linguagem dos surdos. Eu te leio. Eu te sinto. Mas aprecio o som. O silêncio me assusta...

(Rio Grande/Porto Alegre – 08 de Outubro de 2010)

(Trilha: Uh Huh Her – Say So>Explode>Run>I See Red)

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